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Selo Verde Brasil pode fortalecer reputação de produtores. Certificação Sustentável, Economia Verde, Vantagem Competitiva, Redução de Carbono, Inovação Sustentável.

Nova certificação de sustentabilidade tem potencial para trazer vantagem competitiva a empresas

Certificação Sustentável, Economia Verde, Vantagem Competitiva, Redução de Carbono, Inovação Sustentável.


Certificação Sustentável, Economia Verde, Vantagem Competitiva, Redução de Carbono, Inovação Sustentável.

Nova certificação de sustentabilidade tem potencial para trazer vantagem competitiva a empresas


Lançado em junho, o programa Selo Verde Brasil visa estimular o crescimento da economia verde e do mercado de produtos sustentáveis no Brasil, aprimorar a qualidade e contribuir para a competitividade dos produtos brasileiros no exterior e, ainda, incentivar a adoção de práticas de sustentabilidade e a inovação pelas empresas. A certificação será voluntária e conferida para produtos que atendam a critérios de sustentabilidade por certificadoras acreditadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).


“A certificação, alinhada com padrões nacional e internacionalmente preconizados, representará relevante vantagem competitiva aos produtores que a garantirem. Nesse sentido, não apenas agregará credibilidade à mercadoria, como também proporcionará fortalecimento reputacional e aprimoramento do compliance frente às regulamentações ambientais, de maneira a reduzir custos e riscos operacionais”, avaliam Luciana Lanna e Mariana Brandão, sócia e estagiária do Vieira Rezende Advogados.


O programa do governo federal foi criado pelo Decreto 12.063/24 e ainda está em fase de detalhamento dos parâmetros e critérios que as empresas terão de seguir para obter o selo. Estes serão atrelados a normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e definidos com a participação do setor privado – haverá um comitê consultivo e um processo de consulta pública.


Lanna e Brandão acreditam que esses critérios levarão em conta diversos aspectos econômicos, ambientais e sociais (ESG, na sigla em inglês): “[…] é possível imaginar a exigência de medidas de rastreabilidade da produção, desde a origem dos materiais até a entrega do produto final, redução de pegada de carbono, observando práticas que minimizem as emissões de gases de efeito estufa ao longo de todo o ciclo de vida do produto, gestão de resíduos sólidos consciente, eficiência energética, uso de materiais recicláveis e renováveis, conservação de água e preservação de recursos naturais, além de conformidade social, incluindo condições justas de trabalho, respeito aos direitos humanos e populações locais. Os requisitos podem variar de acordo com o setor, produto ou serviço.”


Na entrevista abaixo, Lanna e Brandão detalham o funcionamento do programa Selo Verde Brasil.


– No que consiste o programa Selo Verde Brasil e como ele vai funcionar? Certificação Sustentável, Economia Verde, Vantagem Competitiva, Redução de Carbono, Inovação Sustentável.

Luciana Lanna e Mariana Brandão: Formalizado pelo Decreto 12.063, de 17 de junho de 2024, o Programa Selo Verde Brasil visa criar uma estratégia de certificação para produtos e serviços socioambientalmente sustentáveis. A iniciativa do governo federal, que será coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), tem como objetivo incentivar o desenvolvimento verde no mercado brasileiro, bem como fomentar a neoindustrialização, operando como uma marca de conformidade para empresas que implementarem práticas ecológicas em suas cadeias produtivas.


A certificação, alinhada com padrões nacional e internacionalmente preconizados, representará relevante vantagem competitiva aos produtores que a garantirem. Nesse sentido, não apenas agregará credibilidade à mercadoria, como também proporcionará fortalecimento reputacional e aprimoramento do compliance frente às regulamentações ambientais, de maneira a reduzir custos e riscos operacionais.


– Os critérios de sustentabilidade que as empresas terão de cumprir para obter o Selo Verde Brasil ainda serão definidos. O que se espera desses critérios?


Luciana Lanna e Mariana Brandão: O selo poderá ser adquirido por produtos que atendam a determinados critérios de sustentabilidade. Os parâmetros mínimos a serem atendidos estão em fase de definição e serão taxados em normas técnicas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que os elaborará em comissão de estudos com envolvimento do setor privado e demais interessados, sendo o diálogo facilitado por um Comitê Consultivo. No mais, os fatores serão estipulados com o auxílio de contribuições da sociedade brasileira realizadas até o fim de 2024, mediante consulta pública.


Sendo a apuração normativa resultado da participação de variados setores e entes da comunidade, a expectativa é de que as especificações incluam exigências que abarquem diversos aspectos ambientais, sociais e econômicos da produção. Dessa maneira, é possível imaginar a exigência de medidas de rastreabilidade da produção, desde a origem dos materiais até a entrega do produto final, redução de pegada de carbono, observando práticas que minimizem as emissões de gases de efeito estufa ao longo de todo o ciclo de vida do produto, gestão de resíduos sólidos consciente, eficiência energética, uso de materiais recicláveis e renováveis, conservação de água e preservação de recursos naturais, além de conformidade social, incluindo condições justas de trabalho, respeito aos direitos humanos e populações locais. Os requisitos podem variar de acordo com o setor, produto ou serviço.


Esses critérios visam alinhar a produção nacional às melhores práticas globais de sustentabilidade já adotadas internacionalmente, promovendo uma produção mais ecologicamente responsável e, concomitantemente, equilibrada frente aos múltiplos anseios sociais englobados pelo programa. A previsão é de que as primeiras normas sejam divulgadas até o primeiro semestre de 2025.


– Como vai funcionar o processo de obtenção do Selo Verde Brasil por parte das empresas?


Luciana Lanna e Mariana Brandão: A participação no programa será voluntária, sendo elegíveis quaisquer produtos e serviços do setor primário, secundário ou terciário brasileiros que cumpram com os padrões descritos pela ABNT, inclusive contemplando micro e pequenas empresas. A operacionalização do programa contará com o auxílio de um comitê gestor e a atribuição de selos será de responsabilidade de certificadoras acreditadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).


Nesse âmbito, as empresas interessadas deverão seguir o devido rito procedimental para a obtenção do selo. Primeiramente, deverão realizar uma avaliação inicial acerca de seu processo produtivo. Posteriormente à identificação de possíveis problemáticas, as mudanças necessárias deverão ser implementadas para atender aos critérios de certificação. Uma vez enquadrando-se às normas técnicas, adaptando seus processos e produtos aos padrões normatizados, o produtor poderá solicitar a certificação à entidade acreditada pelo Inmetro. Desse modo, após detalhada e imparcial avaliação e auditoria externas, caso se entenda que a empresa atende aos parâmetros necessários, o Selo Verde Brasil será concedido, permitindo que o produto certificado seja comercializado com o comprovante afirmativo.


Vale destacar que o programa oferecerá suporte técnico e treinamento às empresas participantes para que possam ajustar seus processos produtivos aos novos critérios estabelecidos. Os principais parceiros nesta iniciativa serão a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).


– O selo poderá substituir a necessidade de as empresas se submeterem a várias certificações para exportar? Existe um caminho até que ele se torne respeitado e ganhe credibilidade no exterior? 


 Luciana Lanna e Mariana Brandão: O Selo Verde Brasil tem o potencial de simplificar o processo de certificação ambiental para as empresas brasileiras. No entanto, a princípio, o escopo do Programa Selo Verde Brasil não substituirá outras iniciativas que abranjam produtos e serviços que são objetos de programas setoriais de certificação, etiquetagem, endosso e de boas práticas no âmbito do governo federal.


A iniciativa reforçará a confiabilidade da produção brasileira diante um mercado internacional progressivamente mais exigente. Assim, além de compatibilizar projetos de validação e iniciativas de sustentabilidade já existentes no país, o programa assegurará o desenvolvimento de padrões em conformidade com os princípios de reciprocidade, cooperação regulatória e reconhecimento mútuo com iniciativas similares no exterior, visando facilitar a aceitação do selo  internacionalmente.


No mais, a transparência e rigor nos processos de avaliação serão vitais. Publicar relatórios detalhados sobre os critérios de avaliação e realizar auditorias independentes são práticas que podem aumentar a confiabilidade do selo para todos os stakeholders internacionais, reforçando a integridade dos procedimentos implementados. Finalmente, uma estratégia eficaz de comunicação e marketing pode ampliar a visibilidade do selo e ajudar a contornar controvérsias.


Em suma, o fortalecimento do Selo Verde Brasil no exterior depende de uma combinação de alinhamento com padrões globais, cooperação internacional, transparência e comunicação estratégica. Ao seguir esses caminhos, o selo pode se estabelecer como uma marca de confiança nos mercados internacionais, promovendo práticas sustentáveis globalmente.


Certificação Sustentável, Economia Verde, Vantagem Competitiva, Redução de Carbono, Inovação Sustentável.


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